Historia de Amor Final

Tudo parecia ser perfeito, os meus desejos haviam sido ouvidos, estava apaixonado, a estabilidade do meu emprego me alegrava e minha vida acadêmica ia além das minhas expectativas, ou seja, tudo estava no caminho certo. Mas quando a esmola é demais o santo desconfia, havia algo de estranho naquela voz, já não estava constantemente na internet e as mensagens antes enviadas aos poucos se dissipava, o sentimento morria e não sabia mais o que fazer. Em casa ia de um lado para o outro, nos estudos minhas notas cada vez mais baixas e em meu trabalho reclamações a todo o momento, ligava diversas vezes e nada, sua voz já tinha se tornado desconhecida. As noites cada vez mais longas e os dias intermináveis. Caminhei por ruas desconhecidas e por lugares sem sentido, meu olhar perdido identificava o nada, tentei inúmeras maneiras de contatos, mas não conseguia. Na verdade o meu desejo era largar tudo e ir em busca de respostas, essa talvez já conhecida, entretanto, não podia, tinha que honrar meus compromissos, não podia tornar refém dos meus pensamentos e sentimentos.
Falei com a prima da Brisa (a tal Garota que conheci no inicio de minha estada na cidade da brisa), dizia que havia algo de muito importante para me dizer e que deveria estar preparado, e quando começou a digitar faltou luz no meu bairro e fiquei sem saber do que se tratava, mas não tinha dado a mínima importância e continuei com minhas crises de questionamentos. Sexta a noite tentei mais uma vez entrar em contato com a brisa, e desta vez logrei, o medo tomou conta de mim, gotas de suor caiam pelo meu rosto e aquele frio na barriga me amedrontava. Ela me atendeu com a mesma voz de sempre, sentia aquele sorriso que antes me embriagava, agora me deixava com uma falsa expectativa. Disse que não iria mais vê-la no final de semana por culpa de inúmeros compromissos, ela reagiu de uma maneira como se aquilo não lhe interessasse mais, disse apenas: - Então não venha, e em seguida disse: - Vou ter que desligar boa noite, e estático não respondi nada. Aquele seria o momento correto para desfazer as malas já prontas na porta, mas se queria dar um final decente a tudo isso, deveria ir até o fim. Ao chegar à cidade, meu coração pedia que fosse diretamente à casa da brisa, mas sabia que isso não seria a melhor saída.
Fui à praia e fiquei por lá até a noite, não sabia o que fazer, tinha que ouvir a brisa e suas explicações para tudo aquilo, depois fui à praça pra criar forças e para organizar as idéias, e foi ali que meu mundo desmoronou o que de fato sabia que estava acontecendo, porém não queria ver, não queria acreditar. Aqueles lábios que outrora haviam sido meus estavam em outros. Fui a sua direção (se me perguntarem de onde surgiu tanta coragem, não saberia responder) e fui ali olhando os dois, até que uma hora ela abriu os olhos e com espanto respondeu: - Você aqui! Respondi que sim, peguei a sua mão e levei para um outro banco, o cara que estava com ela, veio pra cima de mim e falei rapidamente: - Fica sentado, com a boca fechada que esse assunto e entre ela e eu.
Já sentado questionei o porquê daquilo tudo, ela começou com pedido de desculpas e disse que não queria me magoar, mas que aquilo não havia passado de um romance de verão, que não tinha motivo pra seguir em frente, afirmou que tinha dado bola porque estava carente, pois seu namorado estava em viagem e já estavam juntos a 2 anos e que esperava um filho dele( Filho? Minha cabeça pirou de vez), e que minhas palavras de amor, não faziam diferença alguma, porque tudo isso ia pra lixo do seu coração, disse que o melhor a ser feito, era que eu fosse embora o mais rápido possível, porque se seu namorado soubesse da estória, as coisas não terminariam bem, me deu um beijo no rosto e me disse adeus.
Fiquei estático naquele banco e uma leve chuva começava a cair, na verdade pouco me importava, tudo estava destruído, planos, sonhos e meus sentimentos. Ao amanhecer peguei minhas coisas e fui esperar o ônibus de volta, embarquei com o espírito destroçado. Novamente a chuva vem e desta vez com maior intensidade, deixando a visibilidade nula, aquilo era preocupante, mas não me interessava, e uma forte luz veio em nossa direção, um forte choque, e diversas sacodidas no ônibus, e a chuva continuava, via apenas vultos, diversas vozes, choros, sirene e eu apagei.
A noticia chegou rápido a pequena cidade, um forte acidente, havia feito 20 mortos e 15 feridos e eu estava nele. Todos angustiados foram ao hospital, brisa ficou sabendo devido algumas conversar na cidade, e comentou com Kézia sua prima dizendo: - Será que ele está naquele ônibus?, Sua prima retrucou dizendo que era bem provável e juntas foram ao hospital.
O Hospital estava cheio, mas depois de diversas busca, brisa conseguiu chegar ao meu apartamento, fechou a porta e chegou bem próximo a mim dizendo: - Não sei se consegues me ouvir, mas fiquei sabendo que seu estado é grave e se conseguir sobreviver haverá seqüelas, mas queria te dizer algumas coisas, fui idiota ontem, te falei mentiras, tinha medo, medo de me entregar e me deixar perder, você foi o melhor presente e me deixou um marca eterna em mim, estou grávida sim, mas esse filho é seu, e vou te dizer apenas uma coisa que te amo muito e te peço que me espere, deu um beijo em meus lábios e ao chegar à porta, consegui pronunciar malmente algumas palavras: - Brisa... Também te amo e vou te esperar pra sempre, ela sorriu e voltou me dando um beijo inesquecível, e meus batimentos pouco a pouco foram reduzindo até não haver mais nada, brisa até tentou me reanimar com socos no peito, mas inutilmente. E chorando dizendo serei eternamente sua e você eternamente meu.

Esse foi literalmente meu fim.