Leituras de um olhar Parte II

- Carol calma! Filipe ta bem, você vai ver.
- Não sei sherma, meu coração ta estranho e eu sei que não é boa coisa.
- Segura aqui meu celular que vou arrombar essa porta
- Arrombar?!
- Você tem chave?
- não
- Sabe Fazer Mágica?
- Não
- Então minha linda, você Sabe alguma outra maneira?
- Não
- Não vamos conseguir abrir com esse seu não.

Sherma dá umas 5 tentativas e consegue, arrombar a porta, a primeira ação é corre no sentido do meu quarto, enquanto Carol vai procurar em outros lugares:

- Caaaaroool, vem aqui rápido.

O sherma chama a Carol mostrando o meu corpo estirado sobre a cama, sem blusa e com diversas folhas sobre meu quarto e especificamente em minha cama. Sem saber o que fazer fica olhando pra Janela, onde começa a chorar, do outro lado sherma procura alguma coisa.

- Sherma! Temos que leva-lo pro hospital - disse carol chorando
- Já liguei pra Ambulância faz alguns minutos
- Mas tão demorando... - Retruca chorando e aumentando o tom da voz
- Que merda! Faz o seguinte, vou sentar no canto da cama e você o empurra pra cima de mim, colocando ele na minha costa. E ai a gente procurando um táxi
- Tudo bem – falando e enxugando os olhos

Após uns 30 minutos e que chegamos a Hospital, carol estava cada vez mais calada, não disse um palavra durante o caminho, rapidamente fui atendido, e levado para uma bateria de exames.
- Carol, vem aqui no Jardim do hospital comigo, preciso de ar.
-Tudo bem, também to precisando respirar.
- olha isso! – um pequeno pacote transparente com um pozinho branco-.
- O que é isso? – perguntou carol curiosa
- Isso carol? Isso é droga, droga, mas especificamente heroína, e você sabe quem é o único vendedor dessa merda aqui nessa cidade? O teu ex-namorado, aquele filho da puta.
- É mentira, o Carlos já tinha deixado de vender drogas, quando comecei a namorar com ele.
- Claro que não! Aquele cara era um bundão, mas te digo, se eu chegar a vê-lo, te juro que vou dar muita porrada.
- Não faça isso, por favor!
- Por favor, digo eu!, Seu amigo ta correndo risco de vida, e você ta com pena daquele infeliz. Não sei se o Filipe se tornou um viciado, mas não quero ver meu amigo morrer, você e eu vamos ajudar o nosso amigo.

Sherma puxou um cigarro da carteira quase vazia, andando e fumando até chegar em um velha árvore e por lá ficou. Carol continuou atordoada e foi ao banheiro, abriu a bolsa e retirou uma seringa, e por alguns minutos a olhou e olhou também para o seu reflexo no espelho e como de uma maneira automática, atira a seringa no lixeiro vazio.

A noite chega e junto dela os boletins médicos, sherma e carol vão à busca do médico, e um quase monólogo se inicia.

- Dr. O que o nosso amigo tem? – pergunta Carol angustiada.
- Meus Jovens, a situação do seu amigo é grave, estava em um principio de overdose e se tardassem um pouco mais, provavelmente estaria morto. Os exames apontam para um consumo excessivo de heroína que é uma droga opióide natural ou sintética, onde consumida regularmente, como seu amigo causa dependência física, envelhecimento acelerado e danos cerebrais irreversíveis, além de outros problemas de saúde. A heroína é a mais viciante e perigosa droga recreativa em uso disseminado
- Mas e ele como tá?
- É cedo pra qualquer diagnóstico, vamos ver como ele reage aos medicamentos e continuar a desintoxicação

Continua....